
"Se afasto do meu jardim os obstáculos que impedem o sol e a água de fertilizar a terra, logo surgirão plantas de cuja existência eu sequer suspeitava. Da mesma forma, o desaparecimento do sistema punitivo estatal abrirá, num convívio mais sadio e mais dinâmico, os caminhos de uma nova justiça". Louk Hulsman
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
Da servidão moderna (completo)
"A servidão moderna é um livro e um documentário produzidos de maneira independente e distribuídos gratuitamente. O texto foi escrito na Jamaica em 2007 e o documentário finalizado na Colômbia em 2009. O filme foi elaborado a partir de imagens desviadas, essencialmente oriundas de filmes de ficção e documentários.
O objetivo principal do filme é de por em dia a condição do escravo moderno dentro do sistema totalitário mercante e de evidenciar as formas de mistificação que ocultam esta condição subserviente. Ele foi feito com o único objetivo de atacar de frente a organização dominante do mundo."
Fonte oficial: http://www.youtube.com/watch?v=Sgd4xLmLBrc
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
Vigiar e Punir: história da violência nas prisões
O objetivo de
FOUCAULT, em Vigiar e Punir, é descrever a história do poder de punir
como história da prisão, cuja instituição muda o estilo penal do suplício
do corpo da época medieval (roda, fogueira, etc.) para a utilização do
tempo na carceragem do capitalismo moderno. O suplício era um ritual
público de dominação pelo terror: o objeto da pena criminal é o corpo do
condenado, mas o objetivo da pena criminal é a massa do povo, convocado
para testemunhar a vitória do soberano sobre o
criminoso,
o rebelde que ousou desafiar o poder. No estudo da prisão, a originalidade de
FOUCAULT consiste em pesquisar os efeitos da prisão como tática
política de dominação orientada pelo saber científico que
define a moderna tecnologia do poder de punir. Desse ponto de vista, o
sistema punitivo seria um garantidor do sistema de produção da vida
material, cujas práticas punitivas visam criar a docilidade e utilidade dos
corpos. Na linguagem de Vigiar e Punir, as relações de saber e de
controle do sistema punitivo constituem a microfísica do poder, a estratégia
das classes dominantes para produzir a alma como prisão do corpo do
condenado – a forma acabada da ideologia de submissão de todos os vigiados,
corrigidos e utilizados na produção material das sociedades modernas. Nesse
contexto, o binômio poder/saber aparece em relação de constituição
recíproca: o poder produz o saber que legitima e reproduz o poder.
(Trechos extraídos do texto: 30 anos de vigiar e punir, de Juarez Cirino dos
Santos).
O Direito ao Delírio - Eduardo Galeano
"Mesmo que não possamos adivinhar o tempo
que virá, temos ao menos o direito de imaginar o que queremos que seja.
As Nações Unidas tem proclamado extensas
listas de Direitos Humanos, mas a imensa maioria da humanidade não tem mais que
os direitos de: ver, ouvir, calar.
Que tal começarmos a exercer o jamais
proclamado direito de sonhar?
Que tal se delirarmos por um momentinho?
Ao fim do milênio vamos fixar os olhos
mais para lá da infâmia para adivinhar outro mundo possível.
O ar vai estar limpo de todo veneno que
não venha dos medos humanos e das paixões humanas.
As pessoas não serão dirigidas pelo
automóvel, nem serão programadas pelo computador, nem serão compradas pelo
supermercado, nem serão assistidas pela televisão.
A televisão deixará de ser o membro mais
importante da família.
As pessoas trabalharão para viver em
lugar de viver para trabalhar.
Se incorporará aos Códigos Penais o delito
de estupidez que cometem os que vivem por ter ou ganhar ao invés de viver por
viver somente, como canta o pássaro sem saber que canta e como brinca a criança
sem saber que brinca.
Em nenhum país serão presos os rapazes
que se neguem a cumprir serviço militar, mas sim os que queiram cumprir.
Os economistas não chamarão de nível de
vida o nível de consumo, nem chamarão qualidade de vida à quantidade de coisas.
Os cozinheiros não pensarão que as
lagostas gostam de ser fervidas vivas.
Os historiadores não acreditarão que os
países adoram ser invadidos.
O mundo já não estará em guerra contra
os pobres, mas sim contra a pobreza.
E a indústria militar não terá outro
remédio senão declarar-se quebrada.
A comida não será uma mercadoria nem a
comunicação um negócio, porque a comida e a comunicação são direitos humanos.
Ninguém morrerá de fome, porque ninguém
morrerá de indigestão.
As crianças de rua não serão tratadas
como se fossem lixo, porque não haverá crianças de rua.
As crianças ricas não serão tratadas
como se fossem dinheiro, porque não haverá crianças ricas.
A educação não será um privilégio de
quem possa pagá-la e a polícia não será a maldição de quem não possa comprá-la.
A justiça e a liberdade, irmãs siamesas,
condenadas a viver separadas, voltarão a juntar-se, voltarão a juntar-se bem de
perto, costas com costas.
Na Argentina, as loucas da Praça de Maio
serão um exemplo de saúde mental, porque elas se negaram a esquecer nos tempos
de amnésia obrigatória.
A perfeição seguirá sendo o privilégio
tedioso dos deuses, mas neste mundo, neste mundo avacalhado e maldito, cada noite
será vivida como se fosse a última e cada dia como se fosse o primeiro."
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
A ordem criminosa do mundo
"Documentário
exibido pela TVE espanhola, que aborda a visão de dois grandes humanistas
contemporâneos sobre o mundo atual: Eduardo Galeano e Jean Ziegler. Pode
se dizer que há algo de profético em seus depoimentos, pois o documentário foi
feito antes da crise que assolou os países periféricos da Europa, como a
Espanha. A Ordem Criminal do Mundo, o cinismo assassino que a cada dia
enriquece uma pequena oligarquia mundial em detrimento da miséria de cada vez
mais pessoas pelo mundo. O poder se concentrando cada vez mais nas mãos de
poucos, os direitos das pessoas cada vez mais restritos. As corporações
controlando os governos de quase todo o planeta, dispondo também de
instituições como FMI, OMC e Banco Mundial para defender seus interesses. Hoje
500 empresas detém mais de 50% do PIB Mundial, muitas delas pertencentes
a um mesmo grupo." (Docverdade)
Fonte: Doc Verdade - Documentários por um mundo mais justo
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
Assinar:
Postagens (Atom)