"Neste texto de 1961, Goffman
analisa o mundo das instituições totais, sejam elas de caráter clínico,
prisional ou conventual. O autor centra-se, essencialmente, no caráter de
fechamento destas instituições, criando-se, dessa forma, uma barreira entre
interior e exterior. No interior das instituições habitam não apenas as equipes
dirigentes, mas também os internados, os prisioneiros, os que optam por uma
vida solitária. Na passagem de uma vida no exterior para uma vida de
confinamento espacial e social, o indivíduo passa por processos de modificação.
Em qualquer dos casos, seja a institucionalização forçada ou por sua
iniciativa, inicia-se um processo de mortificação do eu pelas concessões de
adaptação às novas regras institucionais. O indivíduo é jogado entre a sua
personalidade real e a personalidade que para si se produz, não só pela equipe
dirigente como por toda a sociedade. Goffman analisa ainda a questão do tempo
vivido no interior da instituição, nomeadamente a organização do tempo dos
internados ou prisioneiros, segundo atividades programadas milimetricamente,
cuja função, para além de disciplinar os sujeitos, os inibe em termos de
desenvolvimento pessoal."
"Se afasto do meu jardim os obstáculos que impedem o sol e a água de fertilizar a terra, logo surgirão plantas de cuja existência eu sequer suspeitava. Da mesma forma, o desaparecimento do sistema punitivo estatal abrirá, num convívio mais sadio e mais dinâmico, os caminhos de uma nova justiça". Louk Hulsman
sábado, 24 de março de 2012
Estigma
“Este livro reexamina os
conceitos de estigma e identidade social, o alinhamento grupal e a identidade
pessoal, o controle da informação, os 'desvios' e o comportamento 'desviante',
detendo-se em todos os aspectos da situação da pessoa estigmatizada - dos
boêmios aos delinqüentes, das prostitutas aos músicos de jazz, dos ciganos aos
malandros de praia, do mendigo a quantos são considerados 'engajados numa espécie
de negação coletiva da ordem social', os que integram a 'comunidade dos
estigmatizados', todos têm, neste livro, sua imagem humanamente explicada à luz
da antropologia social. Segundo Goffman o termo “estigma”, de origem grega,
inicialmente se referia a um sinal corporal utilizado para evidenciar algo
sobre o status moral de seu portador: se tratava de escravo, criminoso ou
traidor, por exemplo. Atualmente, refere-se às categorizações criadas a partir
de pré-concepções e expectativas que formam uma espécie de 'identidade social
virtual' para o indivíduo em detrimento de sua 'identidade real', gerando
descrédito e depreciação, 'reduzindo-o a uma pessoa estragada e diminuída.' "
Introdução Crítica ao Direito Penal Brasileiro
"O que significa "direito penal"?
Qual o mecanismo lógico-jurídico da construção de uma norma penal? O que são a
criminologia e a política criminal? Como a realidade do sistema penal,
contradiz este próprio direito? Que missão cumpre o direito penal numa
sociedade dividida em classes? Quais os princípios básicos do direito penal?
Como tais princípios foram produzidos historicamente, e que funções desempenham
hoje? Quais os horizontes da ciência do direito penal para libertar-se das
peias do tecnicismo jurídico? Essas e outras indagações integram uma unidade
curricular decisiva no ensino jurídico: a iniciação ao direito penal."
Assinar:
Postagens (Atom)