"A lei penal e a prática do sistema de justiça não podem ser usadas como padrão absolutamente autorizado para julgar o 'justo' ou o 'errado' de um comportamento."
"As alternativas não são utopias distantes, mas partem da vida cotidiana, continuamente inventadas pelos atores sociais."
"Um belo dia, o poder político para de caçar as bruxas e aí não existem mais bruxas... É a lei que cria o criminoso."
"A prisão representa muito mais do que a privação de liberdade com todas as suas seqüelas. Ela não é apenas a retirada do mundo normal da atividade e do afeto; a prisão é também principalmente, a entrada num universo artificial onde tudo é negativo. Eis o que faz da prisão um mal social específico: ela é um sofrimento estéril."
“Gostaríamos que quem causou um dano ou um prejuízo
sentisse remorsos, pesar, compaixão por aquele a quem fez mal. Mas como esperar
que tais sentimentos possam nascer no coração de um homem esmagado por um
castigo desmedido, que não compreende, que não aceita e não pode assimilar?
Como este homem incompreendido, desprezado, massacrado, poderá refletir sobre
as consequências de seu ato na vida da pessoa que atingiu? (...) Para o
encarcerado, o sofrimento da prisão é o preço a ser pago por um ato que uma
justiça fria colocou numa balança desumana. E, quando sair da prisão, terá pago
um preço tão alto que, mais do que se sentir quites, muitas vezes acabará por
abrigar novos sentimentos de ódio e agressividade. (...) O sistema penal
endurece o condenado, jogando-o contra a ‘ordem social’ na qual pretende
reintroduzi-lo, fazendo dele uma outra vítima.”
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