sábado, 1 de outubro de 2011

Edson Passeti & Acácio Augusto

“Esta vida fundada na razão e na religião, atravessando a existência da família ao Estado, depende da capacidade de punir e de obter obediência pelo medo ao castigo. Razão, justiça, religião, pais, polícias, políticos, mestres educadores e técnicos humanistas crêem que o castigo propriamente dito ou a ameaça de punição, por meio de dores no corpo e na mente, ajustam desobedientes, desviados, anormais, bandidos, perigosos, subversivos. Acreditam que, por meio de punições e penalizações exercitadas passando obviamente pela escola, é que se garante a propriedade, inclusive de mulheres, filhos, enteados, alunos, doentes, mão-de-obra, eleitores, soldados e demais integrantes do rebanho.” 

"A vida como combate não reside nas guerras, mas na existência do guerreiro que se recusa a ser soldado, a servir obediente a um comando superior. A vida libertária é composta por inacabadas batalhas por liberdades; não é um efeito de guerras em nome da paz, como reafirmam os tratados celebrados por Estados."

"A educação pela punição privilegia a coerção por meio do castigo físico ou da suspensão de direitos em função da proteção da sociedade; opera pelo medo e produz indivíduos governados, imobilizados e covardes, incapazes de ação individual de mudança ou mesmo de contestação."

"Enfim, é pelo proibicionismo que as corrupções se expandem, multiplicam-se as seguranças, acrescentam-se novas punições."

"De fato a sociedade sem castigos existe, também, porque é impossível ao sistema penal punir todos aqueles que cometem uma infração à lei."

"A abolição do castigo, ao começar de cada um, é uma ética que se elabora na invenção da vida e de outros costumes para viver."



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